quarta-feira, 21 de setembro de 2011

A ORIGEM DA LÍNGUA PORTUGUESA

 A Língua Portuguesa é uma língua que deriva do latim, sendo uma língua românica.  
O Português deriva do chamado latim vulgar, por ser um latim que era falado pelos soldados romanos, pelos mercadores e pelos colonos, quando ocuparam a Península Ibérica.
Antes da Romanização, falava-se outras línguas, como era o caso do Celta, das quais transitaram vários termos para o latim como é o caso das palavras camisa, cerveja, carro, entre outras que damos o nome de substrato celta.
Um outro período que contribui para a evolução da nossa língua inicia-se quando os Bárbaros vencem os Romanos. Sendo a civilização germânica inferior aos vencidos acabam por adoptar a sua língua, mas introduzem palavras suas como é o caso de guerra, casa, raça, Afonso, entre outras.
A este período dá-se o nome de superstrato germânico.
No século VIII, a Península sofre a invasão dos árabes, tendo os povos Cristãos passado a habitar o Norte da Península. Como os Árabes permaneceram por cá vários séculos, acabaram por deixar o seu cunho no Português, tal como se pode constatar nas palavras alambique, alecrim, alqueire, entre outras.
A isso dá-se o nome de superstrato árabe.
Devido a todos estes acontecimentos, podemos dizer que quando Portugal nasceu como nação, em 1143, falava-se uma língua diferente do Latim no Norte da Península Ibérica a que chamamos Galaico-Português. Com a independência do Condado Portucalense essa língua evolui de forma diferente em Portugal e na Galiza.
Estamos então em condições de dizer que o português nasce no século XIII, pela mão de D. Dinis quando legislou que todos os livros e documentos passassem a ser escritos em português, sendo o mais antigo texto escrito em português o testamento de D. Afonso II e data de 1214.


CAUSAS DA DISPERSÃO DO PORTUGUÊS PELO MUNDO

As causas da dispersão da língua Portuguesa pelo mundo estão relacionadas com a Expansão Portuguesa através dos chamados descobrimentos.
O idioma começou a ser espalhado pelo mundo a partir dos séculos XV e XVI através da expansão do império colonial Português.
Esse império estendeu-se a África, à América e à Ásia. Essa expansão, que devia a sua razão ao comércio e à divulgação da fé Cristã, fez com que as pessoas que residiam nessas regiões passassem a adoptar o Português como língua.
O Português é a língua oficial em Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Timor-leste, Guiné-Bissau e Macau e Cabo Verde, sendo também falada nos antigos territórios da Índia Portuguesa (Goa, Damão, Ilha de Angediva, Simbor, Gogolá, Diu, Dadrá e Nagar-Aveli).
Na Ásia falava-se em pequenas comunidades como Malaca, na Malásia e em África Oriental na actual Tanzânia, mais precisamente no reino de Zanzibar. Com a forte emigração dos Portugueses no começo do século XX e nos anos 1960, a difusão da língua portuguesa sofreu novo impulso, passando a ser falada noutros países. Essas grandes comunidades ainda hoje existem no Luxemburgo, em França, na África do Sul e no Canadá, havendo outros exemplos.
Hoje em dia existem cerca de 260 milhões de falantes de português que é, como língua nativa, a quinta mais falada no mundo sendo a língua europeia mais falada no hemisfério sul, devido ao Brasil e sendo a terceira mais falada no mundo ocidental.

REGIÃO ONDE SE FALA O PORTUGÊS
 
São Tomé e Príncipe Colonial

As ilhas de São Tomé e Príncipe até ao ano 1470 estavam desabitadas.
Foram os portugueses com a ajuda forçada dos cristãos-novos que tinham sido exilados de Portugal pelo Marquês de Pombal, que ocuparam esse território inicialmente.
Devido a esta particularidade decidi aprofundar a viagem do português neste território ao invés de outro, onde à partida já existia um povo, uma língua e uma cultura.

Em São Tomé fala-se o forro, o angolar, o tonga e o monco (línguas locais), além do português. O forro (ou são-tomense) é um crioulo de origem portuguesa, que se originou da antiga língua falada pela população mestiça e livre das cidades.
No século XVI, naufragou perto da ilha um barco de escravos angolanos, muitos dos quais conseguiram nadar até a ilha e formar um grupo étnico a parte. Este grupo fala o angolar, um outro crioulo de base português mas com mais termos de origem bantu. Há cerca de 78% de semelhanças entre o forro e o angolar. O tonga é um crioulo com base no português e em outras línguas africanas. É falado pela comunidade descendente dos "serviçais", trabalhadores trazidos sob contrato de outros países africanos, principalmente Angola, Moçambique e Cabo Verde.
A ilha do Príncipe fala principalmente o monco (ou principense), um outro crioulo de base portuguesa e com possíveis acréscimos de outras línguas indo-européias. Outra língua muito falada em Príncipe (e também em São Tomé) é o crioulo cabo-verdiano, trazido pelos milhares de cabo-verdianos que emigraram para o país no século XX para trabalharem na agricultura.

O português corrente de São Tomé e Príncipe guarda muitos traços do português arcaico na pronúncia, no léxico e até na construção sintáctica. Era a língua falada pela população culta, pela classe média e pelos donos de propriedades.
Actualmente, é o português falado pela população em geral, enquanto que a classe política e a alta sociedade utilizam o português europeu padrão, muitas vezes aprendido durante os estudos feitos em Portugal.

O cultivo do cacau e do café foram o ex-líbris das ilhas durante algum tempo até à data em que o Brasil entrou na competição. As ilhas nessa altura tornaram-se num entreposto de escravos o que resultou numa alteração da língua corrente da corrente da época. Em 1975 as ilhas ganharam a independência.


REFLEXÃO PESSOAL SOBRE A IMPORTÂNCIA DA DISSEMINAÇÃO DA LÍNGUA PORTUGUESA

Eu penso que os governos dos denominados PALOP estão no bom caminho na defesa da língua portuguesa. O acordo ortográfico feito por estes países veio beneficiar a língua Portuguesa.
Eu ouvi em algum noticiário que a presença da nossa língua em alguns países africanos estava sujeita a perder-se se não fosse feito algo. No caso de Moçambique, que aderiu à denominada COMMONWEALTH, o que faria com que esse país um dia mais tarde passasse a adoptar a língua inglesa. No caso de Timor-leste como se encontra muito longe do nosso país e perto de uma potência, no caso a Austrália, também poderia vir a perder o português como língua, o mesmo se passando com a Guiné-Bissau, que é uma região muito influenciada pela francofonia.
Acho que o nosso país ganhou muito com isso porque sendo a língua de onde derivam grande parte dessas novas maneiras de falar, passou a ser falado mundialmente.
Como o Brasil é um país muito grande, também faz com que a nossa língua passe a ser uma das mais faladas do mundo.
Considero vantajoso para mim enquanto português e também para um cidadão estrangeiro o uso mutuo da língua portuguesa. No entanto considerava igualmente se a língua fosse outra. Sou a favor de uma língua Universal que facilite a comunicação entre povos, o que na minha opinião seria útil em diversas áreas. Fundamentalmente contribuiria para o entendimento do Homem com o todo sem fronteiras linguísticas.
Acredito que a forma como falamos actualmente será certamente diferente da que será falada daqui a cem anos.
Com esta expansão, a língua portuguesa é hoje a quinta língua mais falada em todo mundo.






 

quinta-feira, 30 de junho de 2011



Experiência de mobilidade

Aos dezanove anos de idade a minha mãe (Angelina) saiu da sua aldeia cujo nome é Valbom. É uma aldeia situada na Beira Litoral do nosso país, onde vivia na casa dos seus pais.

O meu avô materno ficou a pensar que a ida da minha mãe para Lisboa era para cumprir a tropa como os seus irmãos mais velhos e para o tranquilizar a minha mãe disse que sim.
O que a minha mãe realmente tencionava era procurar novas oportunidades em Lisboa pois pretendia ter uma vida diferente, não queria ser como as amigas de infância que tinham de trabalhar no campo dia e noite para ganhar o pão.
Ao deixar a aldeia, dirigiu-se à Vila mais próxima (Alvaiázere), sede de Concelho da sua aldeia.
Foi um sufoco de viagem, a camioneta parava em todas as vilas e aldeias, pensando a minha mãe que Lisboa era mais próxima. A viagem prolongou-se durante oito horas mas na altura era a alternativa mais viável para chegar ao seu destino, Sacavém.

Ao chegar a Sacavém tinha um dos seus irmãos à sua espera, pois ia para uma cidade na qual ninguém conhecia. Até arranjar um emprego estável ficou na casa desse irmão, para poder conseguir organizar a sua vida de modo a procurar um quarto ou até mesmo uma casa.
No dia seguinte foi logo à procura de trabalho, o que foi muito complicado pois não conhecia nada em Lisboa e tudo era uma novidade.
Depois de muito esforço, vontade, dedicação, lá conseguiu encontrar trabalho numa pastelaria em Moscavide, apenas da parte da tarde, saindo assim sempre por volta da meia noite.
A adaptação foi um pouco complicada, pois não sabia onde e quais os transportes que tinha que apanhar para se poder deslocar pelo que se aventurava muito, as necessidades assim o obrigavam.
Tudo era novidade, sendo prioridade a observação de tudo o que a rodeava, desde os carros, às estradas, às casas, às roupas que as pessoas vestiam e logo chegava a um consenso, tudo era bem diferente.
As rotinas não eram problema para a minha mãe, pois estava habituada às regras e disciplina impostas pela lida do campo, pois tinham horas a cumprir e metas a atingir. A minha mãe era já de si uma pessoa muito activa.
Outra dificuldade com que ela se deparou foi a linguagem, pois tinha uma pronúncia diferente dos Alfacinhas, o que por vezes parecia que servia de chacota, tendo assim feito alguns esforços para modificar a fonética.
O seu primeiro ordenado serviu para pagar a alimentação, os transportes e ajudar nas contas de casa do meu tio. Ainda chegou para poder fazer umas comprinhas, pois queria mudar um pouco a sua maneira de vestir. Mesmo sendo pouco dava para conseguir organizar um inicio de vida.
Quanto aos horários de refeição, também eram diferentes, pois havia pequeno-almoço, almoço, lanche e jantar, rotina bem diferente daquela que conheceu no campo.
Esta mudança de vida fez com que muita coisa se tornasse diferente, pois os tempos são outros assim como as dificuldades e necessidades.


Hoje tem uma família constituída com filho e marido, depois de muita luta e dedicação para que nada faltasse.

 

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Património e Memória: Convento de Cristo Tomar

Eu escolhi como património o convento de Cristo em Tomar, pois é um lugar especial que está inserido num grande leque de monumentos de grande engenho que faz parte da nossa nação, pois entra no enredo das histórias passadas na cidade de Tomar.
O convento é um monumento histórico situado na cidade de Tomar (freguesia de S.João Baptista), classificado pela Unesco como Património Mundial, e que pertenceu à Ordem dos Templários. Fundado em 1162 pelo Grão-Mestre dos Templários, D. Gualdim Pais, o Convento de Cristo ainda conserva recordações desses monges cavaleiros e dos herdeiros do seu cargo, a Ordem de Cristo, os quais fizeram deste edifício a sua sede. Sob Infante D. Henrique o Navegador, Mestre da ordem desde 1418, foram construídos claustros entre a Charola e a fortaleza dos Templários, mas as maiores modificações verificam-se no reinado de D. João III (1521-1557).
Arquitectos como João de Castilho e Diogo de Arruda procuraram exprimir o poder da Ordem construindo a igreja e os claustros com ricos floreados manuelinos que atingiram o máximo esplendor na janela da fachada ocidental.
Trata-se de uma construção periurbana, implantada no alto de uma elevação sobranceira à planície onde se estende a cidade.
O convento está circundado pelas muralhas do Castelo de Tomar, e circundada por domínios conventuais numa área de floresta e cultivo conhecida por Mata dos Sete Montes, por estar limitada por sete colinas.
Actualmente é um espaço cultural, turístico e ainda devocional.
A arquitectura partilha traços românicos, góticos, manuelinos, maneiristas e barrocos, que faziam parte dos tempos passados.
A janela do capítulo é o representante máximo da arte manuelina em Portugal, na qual se encontram diversos motivos relacionados com os Descobrimentos e com a Historia de Portugal.
Na decoração da Janela incluem-se motivos que demonstram o contacto ultramarino, elementos vegetalistas, elementos alusivos ao mar, onde predomina um forte sentido épico.
A Janela e toda a sua composição assentam sobre uma figura barbada, esculpida rudemente na pedra.
A célebre janela do capítulo ficou assim conhecida por iluminar uma sala que foi construída para servir de sacristia mas que acabou por ser palco das cortes gerais convocadas por Filipe I de Portugal.
O convento transparece paz, sossego e força, pois a presença de Cristo torna muito forte todo o envolvimento em que estamos inseridos.
A primeira vez que me dirigi ao convento de Cristo, foi numa visita organizada pelo clube de jovens, que frequentava na altura, com cerca de onze anos.
Quando cheguei à cidade de Tomar, fiquei logo radiante, pois da estação do comboio, que foi o meio de transporte que apanhei, dava para ver o Castelo bem lá no alto, parecia até que ia cair. Era enorme visto de onde eu estava, com muitas árvores ao seu redor.
A caminho, a monitora que acompanhava o grupo deixou-nos passear um pouco pela cidade de Tomar, para dar a conhecer a sua história, pois havia colegas que nunca tinham ido a Tomar.
Passámos no jardim de Tomar, onde podíamos observar o rio Nabão, que tínhamos dado como matéria na escola e que demonstrou logo interesse no grupo, pois só tínhamos visto fotografias e tínhamos lido histórias sobre ele, assim como o jardim dos Templários que sobrepunha o rio.
Na chegada ao convento que ficava no alto de Tomar fiquei maravilhado com a sua dimensão, sentia-me bem no meio de tanta espiritualidade e tranquilidade, pois como vivia na cidade, um sítio barulhento, com muito stress, com todos sempre a correr, ali sentia-me em sossego, longe de toda a confusão que estava habituado.
Os jardins do convento eram enormes, só queria brincar e desfrutar do momento que era tão pequeno. Durante a visita de estudo podia gritar, saltar, correr, sentia-me livre no meio da imensa Natureza, até comer fruta das árvores que estavam dentro do convento me sabia bem, pois parecia que tinha outro sabor.
Achei estranho que um espaço tão grande não tivesse quase nada que ver, pois era vazio e longínquo, parecia não ter fim.
Mas aos poucos ia percebendo porque tudo tinha a sua maneira de ser e porque para mim o que não tinha nada para ver, parecia nu e no final era bem rico, pois é um monumento que tem histórias passadas que fazem parte do desenvolvimento de Portugal.
Achei muito engraçado a forma da sua construção, pois era tudo tão diferente daquilo a que eu estava habituado.
A ironia do destino veio bater à minha porta, pois foi junto do monumento que me marcou tanto que agora os meus pais adquiriram uma casa, nos arredores da cidade de Tomar, pelo que eu fico com o grande privilégio de poder ir ao convento sempre que me apetecer, pois é um local que ainda gosto de ir, pois transparece tranquilidade e bem-estar.
Normalmente há grandes aglomerados de famílias que se juntam para irem passear na zona, pois é um sítio com muito espaço e que as crianças principalmente se sentem bem, pois podem brincar e estar á vontade, sem carros e sem qualquer perigo que seja normal acontecer, pois eu imagino que elas se sintam como eu me senti quando tinha 11 anos.
Contudo aconselho a todos que possam e que tenham oportunidade de não desperdiçarem uma visita ao belo convento.

O reconhecimento pela UNESCO, em 1983, do valor excepcional de todo o conjunto, motivou a sua classificação como Património da Humanidade reforçando, assim, a vocação universal deste lugar excepcional.

A igreja do convento de Cristo, o Mosteiro dos Jerónimos e o Mosteiro da Batalha, são os principais monumentos representativos da arte que se fazia em Portugal entre os anos 1500 e 1520, quando Portugal era a nação mais poderosa do mundo. 

 

Fonte da pesquisa, AQUI